A Copa do Mundo de 2014 não terá nossa Ilha como uma de suas sedes. Ficaria a pergunta: quem perdeu? Santa Catarina? Florianópolis? Ou o Bgayra? Talvez a resposta não esteja em nenhuma das respostas, mas todas as respostas apontam para um acúmulo de coisas e comportamentos, condenados ao longo da história.
O projeto de trazer a Copa para nossa cidade nunca ganhou a identidade da Ilha, nem mesmo de Santa Catarina. Tudo pareceu, desde o início, uma grande ambição de uma determinada confraria, que veste preto, branco e verde, e se enfeita de rosa.
Se a intenção era fazer uma grande arena para o time do Estreito, por que tomar as ruas e até o ginásio coberto do município? Até mexer na legislação municipal, mexeram, para acomodar e satisfazer os interesses sabe-se lá de quem... Não que a Arena Florianópolis não fosse necessária. Para abrigar a Copa, certamente precisaríamos de um novo estádio. Mas, do que precisamos efetivamente? Quais são nossas prioridades?
Não vamos entrar no mérito das escolhas das cidades, se temos mais condições que esta ou aquela, se nosso trânsito é melhor que este ou aquele. Mas, efetivamente, temos outras prioridades. Nosso maior problema, além de ser um projeto encampado por um grupo ligado a um time recentemente rebaixado, foi agregar políticos profissionais que vivem pensando em seu próximo pleito eleitoral.
Nosso último vice-prefeito se dirigindo à Ressacada, antes do decisivo jogo contra o Brasiliense, quando conquistamos de forma definitiva o acesso à Série A, dizia, ao microfone da rádio CBN Diário, envolto no monstruoso engarrafamento: “Isso é uma loucura, eu nunca vi tanta gente! Que maravilha!” Logo se vê que o jovem político só freqüenta a Ressacada “na boa”. Loucura é a nossa, que não cuidamos dos políticos que elegemos. A maravilha seria ir à Ressacada sem ter que enfrentar em todos os jogos esses engarrafamentos monstruosos. Como se vê, uma distorção ótica dos fatos, do que realmente é interessante para a cidade.
Claro que foi uma decisão política. E, em sendo assim, ficou pior: mostramos que nossos políticos são amadores, ou, até incompetentes. Os jornais de grande circulação do eixo Rio-São Paulo, bem como a revista Placar, comentaram meses atrás, que não seríamos sede. Quando saiu a reportagem na revista esportiva, no entanto, houve quem batesse pé, afirmando que éramos sede, sim. Provavelmente informações oriundas de um jantarzinho político, regado a muita lagosta. Fizeram o jogo para a arquibancada. Fizeram jogo para a torcida. Quanto se gastou na Comissão formada? Por que teve gente "viajando" se as cartas já estavam marcadas? Nassau é linda, só por isso...
Eles, a mídia de lá, estavam certos e por aqui alguém se intitula o pai da criança por ter descoberto o que todos já sabiam: não seremos sede na Copa do Mundo.
Repare no acanhamento de nosso Hercílio Luz, principalmente se fizer uma comparação com Congonhas e Santos Dumont. E olha que esses não são os principais aeroportos de São Paulo e Rio...Nem precisamos ir longe: vamos passear pela Beira-Mar e encontraremos um trapiche interditado. Há quanto tempo? E as incomensuráveis filas para o Sul da Ilha? Efetivamente, merecíamos um pacote de novas obras. Mas não por causa da Copa do Mundo.
Quem perdeu fomos nós. Não por termos perdido a condição de sede da Copa do Mundo. Perdemos como estamos perdendo todos os dias, nos engarrafamentos,nas obras incompletas, nas obras mal feitas. Perdemos porque temos pessoas sem nenhuma expressão nos representando. Pior que isso: continuaremos perdendo porque eles só pensam no dia de amanhã. Mas, no dia de amanhã deles...
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O projeto de trazer a Copa para nossa cidade nunca ganhou a identidade da Ilha, nem mesmo de Santa Catarina. Tudo pareceu, desde o início, uma grande ambição de uma determinada confraria, que veste preto, branco e verde, e se enfeita de rosa.
Se a intenção era fazer uma grande arena para o time do Estreito, por que tomar as ruas e até o ginásio coberto do município? Até mexer na legislação municipal, mexeram, para acomodar e satisfazer os interesses sabe-se lá de quem... Não que a Arena Florianópolis não fosse necessária. Para abrigar a Copa, certamente precisaríamos de um novo estádio. Mas, do que precisamos efetivamente? Quais são nossas prioridades?
Não vamos entrar no mérito das escolhas das cidades, se temos mais condições que esta ou aquela, se nosso trânsito é melhor que este ou aquele. Mas, efetivamente, temos outras prioridades. Nosso maior problema, além de ser um projeto encampado por um grupo ligado a um time recentemente rebaixado, foi agregar políticos profissionais que vivem pensando em seu próximo pleito eleitoral.
Nosso último vice-prefeito se dirigindo à Ressacada, antes do decisivo jogo contra o Brasiliense, quando conquistamos de forma definitiva o acesso à Série A, dizia, ao microfone da rádio CBN Diário, envolto no monstruoso engarrafamento: “Isso é uma loucura, eu nunca vi tanta gente! Que maravilha!” Logo se vê que o jovem político só freqüenta a Ressacada “na boa”. Loucura é a nossa, que não cuidamos dos políticos que elegemos. A maravilha seria ir à Ressacada sem ter que enfrentar em todos os jogos esses engarrafamentos monstruosos. Como se vê, uma distorção ótica dos fatos, do que realmente é interessante para a cidade.
Claro que foi uma decisão política. E, em sendo assim, ficou pior: mostramos que nossos políticos são amadores, ou, até incompetentes. Os jornais de grande circulação do eixo Rio-São Paulo, bem como a revista Placar, comentaram meses atrás, que não seríamos sede. Quando saiu a reportagem na revista esportiva, no entanto, houve quem batesse pé, afirmando que éramos sede, sim. Provavelmente informações oriundas de um jantarzinho político, regado a muita lagosta. Fizeram o jogo para a arquibancada. Fizeram jogo para a torcida. Quanto se gastou na Comissão formada? Por que teve gente "viajando" se as cartas já estavam marcadas? Nassau é linda, só por isso...
Eles, a mídia de lá, estavam certos e por aqui alguém se intitula o pai da criança por ter descoberto o que todos já sabiam: não seremos sede na Copa do Mundo.
Repare no acanhamento de nosso Hercílio Luz, principalmente se fizer uma comparação com Congonhas e Santos Dumont. E olha que esses não são os principais aeroportos de São Paulo e Rio...Nem precisamos ir longe: vamos passear pela Beira-Mar e encontraremos um trapiche interditado. Há quanto tempo? E as incomensuráveis filas para o Sul da Ilha? Efetivamente, merecíamos um pacote de novas obras. Mas não por causa da Copa do Mundo.
Quem perdeu fomos nós. Não por termos perdido a condição de sede da Copa do Mundo. Perdemos como estamos perdendo todos os dias, nos engarrafamentos,nas obras incompletas, nas obras mal feitas. Perdemos porque temos pessoas sem nenhuma expressão nos representando. Pior que isso: continuaremos perdendo porque eles só pensam no dia de amanhã. Mas, no dia de amanhã deles...
2 comentários:
Excelente texto, um dos melhores sobre o assunto que li nos blogs AVAIANOS.
Parabéns.
Saudações Azurras,
Sandro
http://alessandrotrv.blogspot.com
As autoridades de nossa cidade precisam se dar que o problema não deve ser solucionado em consequência a eventos que virão para nossa cidade maravilhosa, mais sim em função da população que rala todos os dias em busca do seu sustento, já que, até o dia 27/05, o brasileiro trabalhou só pra pagar impostos. Ajudaria um pouco de o nosso prefeito morasse no sul da ilha ou fosse avaiano. Ele ia sentir na pele como nossos torcedores são apaixonados e, mesmo a trancos e barrancos e MUITO trânsito, chegam lá para dar show e ver nosso GLORIOSO LEÃO jogar. Parabéns pela matéria. Muito bem escrita.
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