Por: Alexandre Carlos AguiarDe alguns anos para cá o Avaí ficou conhecido nacionalmente como o time do Guga. Esse nosso grande manezinho, ganhador de títulos mundo a fora no tênis, a todo lugar que ia declarava qual o seu time de coração e sempre envergava nosso manto sagrado. Muita gente no Brasil passou a ter dois times de futebol, o seu, da sua cidade, e o Avaí.
Apesar dessa simpatia, éramos tratados com certo desdém, vistos com peculiaridades e comiseração. Afinal, nossa participação na série B era de espetacular a sofrível.
Até que um dia apareceu na Ressacada o cidadão Paulo Silas Pereira. Quem era? Bom, do jogador vitorioso do São Paulo, da Seleção, de outros clubes brasileiros, inclusive do exterior, todos que acompanhamos o futebol nos lembrávamos. Mas, e como técnico? Qual, cacife o faria levantar o Avaí e transformar essa represa encalhada numa enxurrada de alegrias? Nenhuma garantia. E, a partir de sua participação no Estadual de 2008, começamos a conhecer essa figura. Da sua fala mansa de irmão mais velho a tiradas cínicas de vizinho mal humorado, aliado a um discurso de profundo conhecedor de futebol, Silas começou a incorporar seu nome à marca Avaí.
Sua obstinada e persistente declaração de que está no Avaí para sacramentar um projeto o transforma em uma personalidade diferenciada no futebol, de uma maneira geral, tido como esporte e jogo onde os resultados definem carreiras.
Com isso, ainda que a caminhada na série A em 2009 precise solidificar de vez a sua capacidade como técnico, Silas já fez história no Avaí como homem e, pelos cantos do Brasil, já se sabe que o Avaí Futebol Clube é o Avaí do Silas.
Em nosso quintal, somos bombardeados por uma mídia que não nos respeita, haja vista a forma como nos tratam. Constantemente classificam Silas como teimoso (“não muda o esquema”), desequilibrado (“homem das emoções fortes”), aprendiz (“ele também erra e erra feio”) e interesseiro (“...até que venha uma proposta melhor...”). Enquanto isso, na grande mídia, já é visto como a melhor revelação do futebol brasileiro nos últimos anos.
De minha parte, prefiro dizer que a nação azzura está sendo forjada em aço e o principal ferreiro tem um nome: Paulo Silas.
Saudações, comandante!
6 comentários:
Concordo contigo, Alexandre. Silas é o nosso medalão, um guerreiro! Acho incrível a capacidade que ele tem em passar confiança em suas entrevistas. Provou mais uma vez que tem conhecimento.
Silas que nos deu mais uma estrela...Parabéns!
Sabes o que me incomoda, Jamira? É que não sabemos valorizar as coisas boas que nos acontecem. Nesse ponto os americanos dão um show. Gente como Silas, como o Marquinhos, se jogassem nos EUA, teriam programas especiais, quadros em telejornais, fariam parte da programação de entretenimento. Aqui, basta o Marquinhos errar uma bola ou o Silas fazer uma substituição que não é do agrado de alguns, que são xingados e vaiados.
É uma questão de educação, educação cultural, que não se impõe, se conquista. Na verdade, há uma cultura, sim. Cultura de uns coitados.
Avaí e Silas tiveram muita sorte de cruzarem seus caminhos. Silas além de se revelar um grande técnico mostra-se, cada vez mais, um grande caráter, a despeito da pobre mídia de Floripa às vezes ignorar o fato. Coitados deles, esquecem que o pão que comem sai, invariavelmente, dos dois times da capital e agora, muito mais do Avaí do que do outro.
Jamira! O recohecimento da torcida, como nós todos, ele tem. O problema está nas cartas marcadas da nossa mídia, que tu tão bem conheces. Abraços! Chuleta Avaiana
Sérgio!
Tens razão! Nossa mídia é composta por cartas marcadas e viciadas com favores que só Deus sabe... Pior que isso: os que vem de fora, que poderiam oxigená-la com novas idéias, são rapidamente cooptados. Esperamos continuar contando com tua colaboração.
Abraços! Chuleta Avaiana
Alexandre!
Falar da nosso mídia é bater em ferro frio! Os caras não mudam... Pensam que são as atrações, quando na verdade, tudo teria que girar em torno do Avaí. Mas, a falta de formação, ou de educãção, faz com que o que é dito acabe como verdade. Nisso, o Avaí peca: deveria ter mais postura, mais enfrentamento com quem forma opinião. É a história do quem cala consente! Abraços! Chuleta Avaiana!
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