sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Crônica de uma morte anunciada

Por Marcelo Ramos Coelho da Silva*

Não sou o Gabriel Garcia Marquez, autor da obra do título desta crônica, sou apenas um torcedor apaixonado pelo Fluminense com o mesmo sentimento de Ângela, protagonista do livro do ilustre escritor, que por se sentir envergonhada com a realidade de sua vida, encontra como saída, culpar aquele que nunca tivera qualquer razão para o seu infortúnio.....

Os tricolores sabem a origem da crise que atravessa nosso clube, porém, assim como Ângela, sempre culpamos o que não tem culpa; culpamos a estrutura oferecida nas laranjeiras, e encontramos como solução a estrutura de um time da segunda divisão do futebol do Estado do Rio de Janeiro com condições, no mínimo, semelhante ao oferecido na sede social, culpamos os treinadores, que não conseguem dar padrão de jogo ao time, e com isso fazemos um rodízio para o comando da equipe, que já se mostrou ineficaz; culpamos os jogadores, que por vezes se mostram apáticos, sem qualquer dedicação ou vínculos com o clube, e por isso temos em nosso elenco trinta e cinco contratados.

A falha de planejamento e organização com competência nos levou ao estado atual. Temos um time abatido, sem forças para reagir, servindo de piada para outras torcidas. Como posso pedir ao meu filho que torça por um time que tem somente três vitórias no atual campeonato brasileiro? Na verdade eu não tenho coragem de pedir isso a ele.

Muitos falam que temos agora uma chance de reagir, pois jogaremos com uma equipe de pouca expressão no cenário nacional, o que não é verdade se levarmos em conta que o adversário está bem posicionado no campeonato, e vem apresentando um futebol competitivo com ótimos resultados, na verdade temos que torcer para que no dia do jogo, nosso adversário esteja num daqueles dias ruins, para que possamos obter um resultado positivo, já que nossa fragilidade já foi por diversas vezes apresentada aos torcedores, e ficamos dependentes de uma atuação ineficaz dos adversários. Infelizmente é a nossa realidade.

Assim como Ângela, só me resta aceitar as conseqüências dos erros cometidos e aguardar a morte anunciada que pode vir no próximo jogo, para então assim revivermos das cinzas que sobrarão para a construção de um novo alicerce, tendo como líder alguém bem diferente do atual.

* O tricolor carioca Marcelo Ramos Coelho da Silva mora no Rio de Janeiro e acompanha o Blog da Chuleta Avaiana.

4 comentários:

Unknown disse...

Uma crônica realista, que não cabe só ao Fluminense.
O futebol carioca está assim.
Blog democrático, esse!
A. Hahn Buck

Alexandre Carlos Aguiar disse...

Que bom termos cabeças boas, gente que não tem ranços, ressentimentos.
Se procurarmos os colunistas daqui, poucos são assim.

Chuleta Avaiana disse...

Obrigado, André!
Nossa intenção é abrir espaço para aqueles adversários que queiram externar suas opiniões, com respeito mútuo, evidentemente.
Abraços!
Chuleta Avaiana

Chuleta Avaiana disse...

Alexandre!
Conhecendo as figuras daqui como conhecemos, é lógico que não encontraremos ninguém...
Abraços!
Chuleta Avaiana