sábado, 3 de outubro de 2009

Os ventos para o Avaí

Por Alexandre Carlos Aguiar

Depois daquele caminhão carregado de tijolos que nos abalroou no Rio, no domingo que passou, muita coisa tenho lido e ouvido a respeito de nossa campanha. Desde aquela infeliz declaração do colonista* amarelizado da poderosa, de que havíamos entregado o jogo, até os mais inteligentes blogueiros dizendo que poderíamos ter feito mais, que o nosso time é bem melhor do que o campeonato que jogamos, chego à conclusão que esta série A está fazendo muito bem ao Avaí. À torcida, ao time, aos diretores e às diretoras, aos funcionários, ao clube como um todo e à mídia, em geral.

O ano que imaginamos ser o ano do Avaí é o de 2010, mas pelas coisas que nos vêm acontecendo agora, este ano de 2009 está marcado pela maturidade. Estamos amadurecidos. Durante uns 6 anos à frente do clube, a administração Zunino (diga-se, ele e uns poucos abnegados) proporcionou uma fundamentação da estrutura do clube. Esses anos, que identifico como os das vacas anoréxicas, também nos forjaram como lutadores. Engordamos nossa resistência e nos tornamos bravos. Não só a torcida se tornou maior e melhor, mas o Avaí como um todo cresceu. Estamos mais críticos e mais exigentes, mas, ao mesmo tempo, mais compreensivos. O avaiano, de um modo geral, sabe o que quer, abandonou aquele complexo de vira-latas, de se esconder pelos cantos face a uma auto-estima achincalhada, e hoje se impõe.

Desde o presidente do clube até o funcionário mais humilde, do torcedor de camarote àquele que não pode pagar um mísero ingresso para ver sua paixão azul em campo, todos sabemos o que queremos e aonde podemos ir, quais as possibilidades de conquistas e quanto disso servirá para nos mantermos num campeonato.

Exigimos o máximo do time em campo, mas sabemos de suas capacidades e limitações e não nos abatemos por uma sorte menos gloriosa. E tudo graças ao estabelecimento de metas, de planejamento estipulado pela direção em relação às nossas competências. Não somos enganados e não sonhamos como vetustos inconformados pelo inalcançável. Nos tornamos realistas. É o que basta.

Uma frase que pesquei por aí, que cabe nessa história de planejamento da vida do Avaí: “quem não sabe aonde quer chegar, nenhum vento sopra a favor.” E o Avaí sabe, já tem definido o seu destino e chegará lá. Os ventos nos são favoráveis, pois.

*colonista é a pessoa que possui a palavra colonizada, alugada por terceiros.

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