Papagaios de pirata

Por Alexandre Carlos Aguiar

Corre por aí a idéia de que a Capital deveria ter seus dois representantes na série A. A propósito, essa infeliz idéia é chamada de racionalidade.

Mas que discurso é esse agora? Quando ficamos nos últimos anos nos organizando para entrar na elite pela PORTA da frente, sem subterfúgios e sem arranjos no tapetão, ninguém aventava essa hipótese. Por que isso agora? Tem alguém com vergonha da série B? É a velha e conhecida soberba de volta? O futebol catarinense é representado por aqueles que jogam no campo, na bola, e não por construtores de castelos de areia.

É sabido que a hegemonia do futebol catarinense pertence ao Avaí. Fomos o time mais vezes campeão do Estado. Um outro aí conseguiu algumas ajudas de custo, uma cestinha básica (além de um descuido nosso) e recuperou algumas posições. Jogou, jogou, jogou por quase uma década e o máximo que conseguiu foi nos ultrapassar por um título. Todavia, basta-nos vencer só mais um campeonato e a quantidade de títulos volta a ser nossa, contando ainda com um glorioso título nacional ganhado no campo e na bola, que valorizamos com orgulho.

E agora, os envergonhados e incompetentes querem dividir as “honras” conosco, querem usufruir do nosso bom momento, querem aparecer como papagaios de pirata. Sai pra lá, chulé!

Jogar a série A do campeonato mais disputado do mundo é para os competentes. Aos incompetentes é dada a opção de fazer estágios na série B, jogando no campo e na bola, até aprender a participar na elite. Ficamos assim durante alguns anos e aprendemos. Estamos no lugar onde só os fortes têm vez e não os coadjuvantes.

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