Por Alexandre Carlos Aguiar
Chegamos à final do campeonato.
Opa! Peraí, mas ainda faltam 5 rodadas. Bom, mas para o Avaí ele já acabou. E o Avaí foi vitorioso, pois atingiu os seus objetivos num ano espetacular. A propósito, que time no Brasil, hoje, é capaz de fazer isso, de planejar e executar com brilhantismo as suas metas? O Avaí, o nosso Avaí, conseguiu.
Mas, como é que tem tanta gente que ainda o critica, com aquela velha história do SE? Se ganhasse aquele jogo..., se o atacante fizesse aquele gol..., se o goleiro tivesse boa saída..., se a diretoria nos ouvisse...
Ao fazermos uma análise grosseira percebemos que os críticos, em sua maioria, são observadores ocasionais. Suas críticas são circunstanciais, carecem de uma maior profundidade de argumentos, são especulativas, pois desconhecem o contexto e atiram no que não vêem, ou no que suas barrigas roncantes determinam, ou ainda quando a cauda balança. O crítico se acha inteligente, exatamente porque pensa que tem opinião divergente da maioria. Na verdade, é um chato!
Dessa forma, ao pensar nisso tudo, eu acabei surtando. Me imaginei presidente do Avaí e dava voz aos críticos. Me vi com uma sacola cheia de dinheiro, aquele dinheiro separadinho que os críticos acham que poderia ser dado ao clube para se conseguir mais coisas, e chamava um crítico: “Ei, tu aí, que dizias coisas ao meu respeito. Tu mesmo. Toma aqui, 50 mil, não, 100 milzinho por mês de salário pra fazer aquilo que tu achas que eu deveria fazer. Tens a chave do cofre e terás carta branca pra tudo. Vais convocar um assessor profissional, vais dar medalhas pra quem tu quiseres, vais fazer contrato com uma TV e não com a outra, enfim, podes fazer tudo que achas que eu deveria ter feito, sendo bem remunerado pra isso”.
Não, não ia dar certo! Afinal, como dizia o Homem Aranha, “grandes poderes exigem grandes responsabilidades”. E um crítico nem sempre é um sujeito responsável.
Então eu convocaria o crítico do Silas. É, há bastante, por incrível que pareça. Mas existe um em especial, um que precisa de escadinha pra subir num banquinho. Pois este teria um salário de marajá, para fazer o que desse na telha (tá, no rodapé, vai!). Colocaria os jogadores que quisesse, arrumaria o time no esquema de seu preferência, contrataria, demitiria, procuraria no mercado os “jogadores que devem vestir a camisa do Avaí”, poria o uniforme ideal no goleiro, seria o técnico perfeito no Avaí. O problema é que, quando fosse jogar contra o Flamengo já entraria em campo intimidado, com medo.
Não, não ia dar certo! Suas preleções com muitas metáforas e ditados antigos confundiriam os jogadores.
Pois eu chamaria o crítico do Martini. Mas teria que ser um sujeito de bom porte físico. Crítico baixinho, esquálido, gordo ou idoso não vale. Teria que ser um sujeito marombado. Aí eu contrataria o melhor preparador de goleiros do mundo e deixaria este crítico-goleiro em condições de sair bem do gol, bater pênaltis, chutar diretamente para o atacante, especializar-se em vôos na meta e jamais usar uma camisa “fora dos padrões do clube”. Que tal? O goleiro perfeito para seus críticos.
Não, não ia dar certo! O grande risco é ser convocado para a seleção e tomar alguns perús na Bolívia.
Bom, nesse caso eu convocaria o crítico do Marquinhos. Não seria difícil, pois também há muitos. E faria desse crítico o jogador ideal, uma lenda. Bateria faltas como o Zico, cobraria escanteios como o Pet, lançamentos como os do Ronaldinho, arrancadas como o Kaká, definiria como o Romário ou o Cristiano Ronaldo e daria entrevistas politicamente corretas como o Rogério Ceni.
Não, também não ia dar certo. Teria que ser impedido de ir a baladas e o crítico só se inspira “on the rocks”...
Nesse caso, eu chamaria o crítico do Marketing. O salário seria melhor que o do presidente. Pra vender a marca do Avaí para todos é preciso muito investimento, diz o crítico. Aboliria a emoção, o choro, as manifestações de júbilo e só trataria de negócios. Mas acho que não ia dar certo, uma vez que marqueteiro é aquele sujeito que a gente paga pra vender o produto que a gente não quer comprar, e todo mundo quer comprar a marca do Avaí, certo?
Então, diante do exposto, diante de tantas adversidades, não ia valer à pena dar vez e voz aos críticos. Afinal, eles poderiam ficar chateados com a realidade e iríamos correr o risco de esvaziar a Ressacada.
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Chegamos à final do campeonato.
Opa! Peraí, mas ainda faltam 5 rodadas. Bom, mas para o Avaí ele já acabou. E o Avaí foi vitorioso, pois atingiu os seus objetivos num ano espetacular. A propósito, que time no Brasil, hoje, é capaz de fazer isso, de planejar e executar com brilhantismo as suas metas? O Avaí, o nosso Avaí, conseguiu.
Mas, como é que tem tanta gente que ainda o critica, com aquela velha história do SE? Se ganhasse aquele jogo..., se o atacante fizesse aquele gol..., se o goleiro tivesse boa saída..., se a diretoria nos ouvisse...
Ao fazermos uma análise grosseira percebemos que os críticos, em sua maioria, são observadores ocasionais. Suas críticas são circunstanciais, carecem de uma maior profundidade de argumentos, são especulativas, pois desconhecem o contexto e atiram no que não vêem, ou no que suas barrigas roncantes determinam, ou ainda quando a cauda balança. O crítico se acha inteligente, exatamente porque pensa que tem opinião divergente da maioria. Na verdade, é um chato!
Dessa forma, ao pensar nisso tudo, eu acabei surtando. Me imaginei presidente do Avaí e dava voz aos críticos. Me vi com uma sacola cheia de dinheiro, aquele dinheiro separadinho que os críticos acham que poderia ser dado ao clube para se conseguir mais coisas, e chamava um crítico: “Ei, tu aí, que dizias coisas ao meu respeito. Tu mesmo. Toma aqui, 50 mil, não, 100 milzinho por mês de salário pra fazer aquilo que tu achas que eu deveria fazer. Tens a chave do cofre e terás carta branca pra tudo. Vais convocar um assessor profissional, vais dar medalhas pra quem tu quiseres, vais fazer contrato com uma TV e não com a outra, enfim, podes fazer tudo que achas que eu deveria ter feito, sendo bem remunerado pra isso”.
Não, não ia dar certo! Afinal, como dizia o Homem Aranha, “grandes poderes exigem grandes responsabilidades”. E um crítico nem sempre é um sujeito responsável.
Então eu convocaria o crítico do Silas. É, há bastante, por incrível que pareça. Mas existe um em especial, um que precisa de escadinha pra subir num banquinho. Pois este teria um salário de marajá, para fazer o que desse na telha (tá, no rodapé, vai!). Colocaria os jogadores que quisesse, arrumaria o time no esquema de seu preferência, contrataria, demitiria, procuraria no mercado os “jogadores que devem vestir a camisa do Avaí”, poria o uniforme ideal no goleiro, seria o técnico perfeito no Avaí. O problema é que, quando fosse jogar contra o Flamengo já entraria em campo intimidado, com medo.
Não, não ia dar certo! Suas preleções com muitas metáforas e ditados antigos confundiriam os jogadores.
Pois eu chamaria o crítico do Martini. Mas teria que ser um sujeito de bom porte físico. Crítico baixinho, esquálido, gordo ou idoso não vale. Teria que ser um sujeito marombado. Aí eu contrataria o melhor preparador de goleiros do mundo e deixaria este crítico-goleiro em condições de sair bem do gol, bater pênaltis, chutar diretamente para o atacante, especializar-se em vôos na meta e jamais usar uma camisa “fora dos padrões do clube”. Que tal? O goleiro perfeito para seus críticos.
Não, não ia dar certo! O grande risco é ser convocado para a seleção e tomar alguns perús na Bolívia.
Bom, nesse caso eu convocaria o crítico do Marquinhos. Não seria difícil, pois também há muitos. E faria desse crítico o jogador ideal, uma lenda. Bateria faltas como o Zico, cobraria escanteios como o Pet, lançamentos como os do Ronaldinho, arrancadas como o Kaká, definiria como o Romário ou o Cristiano Ronaldo e daria entrevistas politicamente corretas como o Rogério Ceni.
Não, também não ia dar certo. Teria que ser impedido de ir a baladas e o crítico só se inspira “on the rocks”...
Nesse caso, eu chamaria o crítico do Marketing. O salário seria melhor que o do presidente. Pra vender a marca do Avaí para todos é preciso muito investimento, diz o crítico. Aboliria a emoção, o choro, as manifestações de júbilo e só trataria de negócios. Mas acho que não ia dar certo, uma vez que marqueteiro é aquele sujeito que a gente paga pra vender o produto que a gente não quer comprar, e todo mundo quer comprar a marca do Avaí, certo?
Então, diante do exposto, diante de tantas adversidades, não ia valer à pena dar vez e voz aos críticos. Afinal, eles poderiam ficar chateados com a realidade e iríamos correr o risco de esvaziar a Ressacada.
2 comentários:
Muito bom este comentário.
João Jr.
Alexandre, parabéns. Crônica muito bem escrita. Que criatividade! Gostei demais.
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