sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O Teatro e os Lobos

Por Alexandre Carlos Aguiar

O Campeonato Catarinense de Futebol é um imenso teatro. Uma pantomima. Uma ópera bufa a alegrar a patuléia incauta. Uma daquelas operetas renascentistas, cheia de retoques e rococós, comandada por um fidalgo mecenas, cujo hobby habitual é fumar charutos e alisar a barba encanecida, além de prestar socorro e auxílio ao seu afiliado mais querido nas horas difíceis, o time da camisa verde-limão de caipirinha marca-texto.

Pois não é outra a vida dessa gente que se apossou da Federação e lá permanecem há anos, como se fosse seu mausoléu, sua morada definitiva, a conduzir as partidas de futebol de maneira que o time da camisa verde-limão de caipirinha marca-texto resolva suas agruras.
O sorteio mequetrefe que indica apitadores de quilate duvidoso para jogos do Avaí demonstra a intenção daquela gente. E a convocação de um apitador despelado para o clássico reforçou ainda mais a necessidade em ajudar o co-irmão desfalecido.

Foi preciso alguns minutos para se perceber a que vieram o despelado e seus comparsas, quais seriam suas intenções e qual seria o resultado final. Nem os irmãos metralhas teriam feito tão bem. Aliás, a marca que trazia sobre as nádegas, Lupo, que em latim significa lobo, representa aquele animal carnívoro, que ataca em bando, algumas vezes traiçoeiro e agressivo, predador dos mais vorazes, cuja gana por sangue é inabalável. Não poderia haver marca melhor sobre o lombo dos tais apitadores, que estão fazendo estragos no campeonato do “dotô” e conduzindo as taças para seus protegidos.

Chamo a atenção para a frase dita pelo mais novo torcedor do time da camisa verde-limão de caipirinha marca-texto, aquele que se dizia avaiano, aquele que pinta rodapés nas horas vagas, aquele, não tem?, que quer uma boa aposentadoria e que para nosso azar ainda não veio. A frase foi dita no fim da jornada de sua rádio, a que troca as notícias, onde ressaltava que seu “novo” time, se continuar assim, a jogar desse jeito (que jeito, cara-pálida?), poderá ser campeão estadual. Ele tem razão. Ao ser ajudado da forma que foi no clássico e será daqui para frente, todos nós sabemos, de antemão, o final dessa ópera, desse teatro, um enredo já muito bem traçado, com auxílio do mecenas do charuto e seus lobos amestrados.

Porém, o prestigiado radialista tem tanta memória quanto tem de altura e esquece como aquela gente chegou aonde chegou.

A torcida avaiana, não. Esta sabe muito bem quem são eles. E o que fazem os “dotores” e seus lobos. Tá na hora do Leão começar a comer os lobos, regado a uma boa caipirinha.

2 comentários:

Unknown disse...

Parabéns pela espetacular forma literária de expor nossa realidade.
Em tempo... parece que o Polidoro Júnior de pois de ter reencontrado o MAL no estacionamento da nossa casa, virou aprendiz :(
Olha a coluna dele hoje e me diz se não uma pérola atrás da outra.

George disse...

Matasse a pau, Alexandre. No Avaí é assim: contra tudo e contra todos. Ainda bem, pois eu teria vergonha de torcer para um time que é sempre ajudado por "forças ocultas". Abraços.