segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

À sombra da estupidez (ou a síndrome da cabeça de camarão)

Por Alexandre Carlos Aguiar

No desfile de Escolas de Samba no último sábado, na Passarela Nego Quirido, em Florianópolis, presenciamos um lamentável acidente, que felizmente não trouxe conseqüências físicas maiores, além de alguns arranhões e uma observação hospitalar para a mulher que o sofreu. Fica como lição mais cuidados na segurança dos foliões para os próximos desfiles.

Contudo, houve outra conseqüência, desta vez estúpida, insensata, desagradável, animalesca, cruel e desumana, por parte da torcida de nosso time rival, que foi uma exaltação tácita pelo acidente, afirmando que isso seria um presságio, uma espécie de antecipação ao que pode ocorrer com o Avaí nesta temporada, uma vez que o símbolo de nosso time foi quem sofreu o acidente. Li um “bem feito!”, e não acredito que tenha lido isto, como que uma vibração pelo ocorrido, esquecendo-se que uma vida estava em risco naquele momento.

Algumas destas pessoas, que se arvoram como blogueiros da nação do “pum” do Estreito, dentre eles jornalistas e assemelhados, já andaram comparando as vidas e as carreiras dos dois times, afirmando que o que passam agora é uma espécie de avaianização daquela situação. Esqueceram, naquele momento, que o Avaí não teve vida fácil nos últimos anos, fruto de um trabalho de profissionalização e organização de seus bastidores em detrimento aos resultados em campo.

Talvez, por isso, a má fase, além da falta de sorte, e a colaboração de árbitros, “dotores” e que tais. E esqueceram, também, de mencionar como eles haviam chegado aonde chegaram, e como nós nos encaminhávamos para atingir as metas planejadas.

Todavia, embora a falta de percepção destes detalhes nas letras, nas palavras, tenha levado tais escribas a destilar seu veneno insano, ainda assim seria compreensível tal profusão de besteiras. Afinal, a rivalidade nos altera o intelecto.

Porém, imaginar que a Escola de Samba de seu bairro, ao usar um tema que buscasse apresentar como alegoria um símbolo do rival, fosse alvo de chacotas e comemorações após o lamentável acidente, seja atestado da rivalidade, é não querer compreender a patologia reinante naquele lugar, uma perfeita estupidez, que embotou cérebros recheados de carne de crustáceos da ordem dos decápodes.

E que me perdoem os camarões e suas cabeças pela comparação.

Um comentário:

Paulo disse...

é, para eles, que agora devem saber que, quem entende de leão, é a torcida do Avaí, e mais numa vez, um leão eliminou a coloninha !!!!