quinta-feira, 11 de março de 2010

Má-fé ou má vontade [2]

Sobre o comentário (ao lado) do leitor e blogueiro Seu Cunha, referente a postagem "Má-fé ou má vontade", de Alexandre Carlos Aguiar, publicada aqui no Blog da Chuleta na tarde desta quinta-feira (11), o autor responde:

"Seu Cunha
Li seu comentário e me entristeci com ele. Por todo o respeito que tenho por ti, pela tua postura, pela tua coragem, pelo teu empenho em conduzir as mensagens relacionadas ao Avaí em teu blog, entendo tua posição, mas quero dizer-te que não sou hipócrita. Longe disso. Aliás, nem sei mentir direito. Fico vermelho e, portanto, nem faço o esforço devido.

Mas quero afirmar que sou um avaiano de cicatriz no coração, como tu, como o pessoal daqui da Chuleta, dos meus amigos André Tarnowsky, André Couto e Ronaldo, como o Fabio que comentou aí acima, como o Gerson, um cabra que também tem posturas duras e corajosas, mas honestas que eu passei a respeitar, como o meu amigo do peito Marcos Totô, como a Jamira e a Kátia que se inserem brilhantemente nesse universo machista que é o futebol, como o Emanuel Netumba, que se tornou um camarada nessa caminhada, como o vídeoman Rafael Botelho, como o “irlandês” Anthony, como o Bruno, Rogério Cavallazzi, Esteves Junior, Pravatto, e tantos outros mais e vou acabar não lembrando alguém. Enfim, essa gentarada toda que faz a blogosfera avaiana e que merece respeito. Pois essa gente faz muito pelo Avaí, tu sabes disso e, portanto, não são hipócritas. Apenas, cada qual tem o seu jeito.

Essa cicatriz que trago é em relação a essa paixão que eu escolhi num determinado momento de minha vida. Divido essa paixão na mesma intensidade com minha mulher e meus filhos. Talvez até mais.

Tantas vezes já ri, tantos momentos já cai de felicidade e tantas lágrimas já rolei por essa paixão. Já pulei o muro do Adolfo Konder pra ver o Avaí, se quer saber. Já fiz aventuras, já enfrentei um cavalo naquela fatídica final de 1999 (claro, corri do cavalo!), já fui a outros estádios e tomei xixi na cabeça, já me vi encurralado em Blumenau pela torcida adversária no campeonato de 1988, sempre seguindo essa minha paixão. Não sou nem mais e nem menos avaiano do que qualquer um que freqüente a Ressacada. E tenho orgulho de dizer isso, de ser avaiano, em qualquer hora, em qualquer lugar, pra quem quiser ouvir. Defendo essa paixão como defendo a minha vida. Sou louco pelo Avaí? Sou, absolutamente. E se me internarem num hospício, ao menos deixem uma camisa azul e branca para meu conforto.

O momento em que passamos é um paradoxo, uma absurda contradição. Estamos bem no campeonato, estamos numa série A de um dos campeonatos mais duros e difíceis do mundo, disputamos um torneio de mata-mata dificílimo que é a Copa do Brasil, vamos disputar outro no 2º. Semestre nas Américas e a nossa torcida está de cara amarrada. Claro que eu sei o motivo. Todos nós sabemos. E dou razão a todo mundo por isso, certamente.

E é nessa hora que me surge um sentimento de pena. Pena daqueles que administram o Avaí e não conseguiram cativar um dos maiores ativos que existe no futebol catarinense, que é a nossa torcida. Tenho pena deles. Conheço aqueles que estão ali, um deles em especial e não consigo me revoltar, só sinto pena. Estão perdendo uma chance de ouro, como jamais terão oportunidade em suas vidas. Sairiam nos braços da torcida, como heróis imaculados. Mas, preferiram os conselhos de estrangeiros.

Portanto, essa é a oportunidade, talvez seja a única neste ano, de irmos em peso à Ressacada e mostrarmos que nós somos o Avaí Futebol Clube. Nós, os seus amados e sofridos torcedores, nós que fazemos parte de sua história e que nunca, jamais, em circunstância alguma, iremos abandoná-lo. Público zero é para falastrões mal amados.

É isso! Fique à vontade, meu caro, e faça a campanha que achar mais justa dentro de tuas convicções. Mas tenha a certeza que ninguém, em lugar nenhum deste planeta irá calar esse nosso amor."

Alexandre Carlos Aguiar

5 comentários:

NOBRE AZURRA disse...

Alexandre, pelo amor de Deus cara, desculpas se te fiz pensar isso, não, jamais até mesmo por conhecer tua postura. Meu comentário é para os que estão organizando a mobilização, esses mesmos que na hora dos aumentos ficaram bem quietinhos e eu , tu e mais outros sabemos muito bem porque.
Sou contra fazerem agora uma mobilização para o torcedor ir aos treinos, acho que o torcedor quer mesmo é ir aos jogos.
Abraços e repito, houve um engano de interpretação de tua parte e até me desculpo se te levei a pensar assim.

Alexandre Carlos Aguiar disse...

Seu Cunha, honestamente não lembro de ter visto alguém satisfeito com essa história. Não lembro, mesmo. Todos os blogueiros que eu conheço, todo o pessoal que vive comentando coisas do Avaí, fez o seu protesto, dentro do possível, e muita gente ficou, no mínimo, chateada.

Sobre se alguém ficou calado, por ter "algum motivo", também desconheço e alguns se manifestaram, dentro que é possível. Ninguém rasga dinheiro, se é que me entendes.

E eu vou te falar uma coisa: de todo esse pessoal que conhecemos eu seria o único a ficar calado. Não poderia dizer nada. Afinal, sabes bem onde eu trabalho e acabei me manifestando como deveria, por ser honesto com as coisas que defendo.

E acho que este "treino" caiu como uma luva para a torcida avaiana dizer um "olá, estou aqui, lembram-se de mim".
Não é preciso levantar faixas, botar cartazes, agredir, insultar ou vaiar. Somos civilizados. Como já foi dito pelo nosso ex-treinador, o torcedor avaiano é inteligente, não achas?
Abraços

NOBRE AZURRA disse...

A respeito da mobilização eu já escrevi o que penso e até alguns blogueiros entenderam de forma errada, apenas quero deixar o registro que sou contra por se tratar de um treino marketeiro e que idealizado por quem deveria na época defender os torcedores sobre os aumentos abusivos e não fizeram nada, são esses que não defenderam e que hoje convocam os torcedores para uma mobilização, pra mim verdadeiros hipócritas.
Bom, muito se falou, muito se debateu, uns apoiando e outros vendo nessa mobilização uma forma de protestar contra os aumentos.
Surgem as idéias de que se pode aproveitar para botar a boca no trombone, levar faixas e tudo mais.
Não sei, tenho o meu jeito e não mudo, sou tempestivo mesmo, escrevo o que sei e que penso, mas uma coisa ninguém pode negar, tudo que escrevo tem um propósito e esse é ver o meu Avai cada vez mais forte e o torcedor avaiano satisfeito e podendo participar das glórias do seu clube do coração indo ao estádio.
Esse torcedor que foi excluído, esse torcedor que ficou praticamente sem apoio em suas reivindicações, salve a alguns blogueiros e a torcida Vanguarda, esse torcedor que agora é chamado para uma mobilização, calma lá cara pálida, quer dizer que agora lembraram desses torcedores? É ou não é uma hipocrisia?
Pois é, acontece que alguns desses torcedores o pensamento é de ir sim, mas ir pra protestar, até é sugestão de alguns blogueiros e ai eu pergunto. Quem vai se responsabilizar pelo que pode acontecer na Ressacada?
Ao que me parece e tenho quase certeza disso, essa mobilização vai virar uma marcha dos excluídos, se eu já era contra, agora sou mais ainda e bem feito aos hipócritas, pois se tem uma coisa que o torcedor avaino não se presta é fazer papel de bobo.Treino marketeiro maquiado de mobilização tá cheirando confusão.
Para o bem do Avai melhor é não ter treino, o torcedor ainda não engoliu a majoração e em sua maioria ainda está magoado e se sentindo traído.
Mais um tiro no pé e um dia antes do clássico, não né?
Alô diretoria avaiana, acorda!!!

ANDRÉ COUTO disse...

Salve Carlos !
Salve Nobre Seu Cunha !

Escrevo aqui em meu nome.
Faço minhas as palavras de Seu Cunha, qdo diz que o propósito é: "ver o meu Avai cada vez mais forte e o torcedor avaiano satisfeito", afinal, é o de todos nós.

Hipocrisia e marketing barato lamentavelmente não levam a isso.

Um abraço e sds azurras, do torcedor insatisfeito, André Couto

Anônimo disse...

PARABÉNS pelo texto e comentários.
Nada mais a declarar, vcs foram perfeitos nas análises.

[]s
Fábio