sexta-feira, 29 de abril de 2011

"Treinador o incomprendido"

Autor do livro Avaí Futebol Clube, Alexandrino Barreto Neto* nos presenteia com mais essa pérola: "Treinador o incomprendido", publicada em seu Blog, que leva o mesmo nome de seu livro de memórias dos tempos de juventude no Centro de Florianópolis: "Esquinas da Minha Ilha". Boa leitura !

Há treinador infalível?
Não, não há. Principalmente quando ele tem uma montueira de “meias bocas” a disposição.
Desde que a “pepita” (pepita diria na intimidade o Dr. Jorge Polidoro, o “Estimado”, é a bola) que começou a rolar isso lá na China, que como vocês profundos conhecedores do esporte em questão sabem que o jogo de bola começou lá na terra dos Lig, Lig Lé, há milênios, e dizem que já se reclamavam dos técnicos.
Portando é coisa bem antiga, tá?
Não sei se era este o nome, e se a profissão existia, a do tal de Técnico. O fato é que tem neguinho pegando no pé de técnico sem olhar o elenco disponível que o “valente” tem a sua disposição.Como ontem hoje continua sendo uma profissão de risco.A mãe (sempre duas, uma oficial e a outra pra xingamentos), uma mala com algumas mudas de roupas, sem essa em trazer a família, montar casa etc.
É a bagagem do próximo a ser malhado, nada mais que uma maleta, uma frasqueira.
Alguns chegam a nem mudar a cueca, muito menos desmanchar a maleta.
Técnico hoje em dia está mais é pra Cigano.
Hoje aqui, amanhã só Deus sabe.
Iapóque ou para o Chuí?
Chega como um verdadeiro Sassá Mutema, salvador da pátria, esperança para o torcedor desesperado, que a cada rodada assiste o time do coração descendo a ladeira.
Empata a primeira, respira, perde a segunda, desculpa promessa, e o desconfiometro do torcedor mordido, corroído de tantas gozações dos adversários começa a falar mais alto.
Transformar cabeças de bagres em craques? Sem duvida passou a ser missão para Magaiver nenhum colocar reparo.
Técnico hoje em dia tem que fazer como aquele cônsul romano que supostamente teria proferido a celebre frase “Veni, Vidi,Vici,(Vim,Vi,Venci), sem essa em prometer e depois da primeira derrota ficar pedindo tempo, e outros blá, blá, blas.
O torcedor não quer nem saber se está faltando “elenco”, se o adversário é este ou aquele, o torcedor quer vitória.
E o pior imediata.
Ontem mesmo o Figueirense trocou de técnico, estão lembrados?Pois não é que o cara, neste caso o Jorginho, recém chegado e como tantos outros nem tinha ainda desfeitos as malas e já tinha torcedor torcendo o nariz, pedindo o retorno do anterior.
Um sufoco. Mas só foi vencer a primeira ( não escrevi que para o torcedor interessa é vitória?) para esquecerem o antigo, e ovacionarem o vaiado de ontem.
É o maior, é o maior, é o maior.
Silas, só para citar os mais próximos, também criticado, sem esquema, etc. e tal.
Xingado pelos resultados e a colocação no Estadual, foi para o Engenhão, encarou o Botafogo, favorito absoluto, (aqui volto a afirmar que futebol há muito tempo não existe favorito), trazer um baita resultado na Copa do Brasil.
Os desconfiados da Silva quase cairiam do parapeito quando o Leão literalmente bota fogo na Copa ao mandar o time da solitária estrela “chorar na cama que é lugar mais quente.
Na continuação, os da “Silva” caíram estupefatos depois de mais um clássico vitorioso onde campo e campanha apontavam o adversário como “favorito”, (repito clássico, futebol e muitos outros que tais não existem favoritos) e deu Leão.
E tem muitos desconfiados ’‘pela aí”, que diferente de São Tomé, nem mesmo vendo acreditam no esquema “pega ratão.”
Como escrevi. Vida de Técnico, desde a China antiga foi e sempre será uma profissão que o filho aqui da D.Marina não abraçaria de jeito nenhum, mesmo porque mãe só se tem uma.

*Barreto Neto é escritor, pesquisador, historiador, radialista, comentarista esportivo e apresentador de tv. Autor do Blog Esquinas da Minha Ilha