Por Alexandre Carlos Aguiar
Os bichos-cricri da famosa granja Comigo Boi Não Dança, mais conhecida pelas iniciais CBN-D, se reuniram para assistir a uma apresentação do Leão e seu Domador no fabuloso Circo do Deba. Estavam lá a Raposa Felpuda, maledicente e ardilosa, o Sapo Duende, encrenqueiro e eterno inconformado, o Bode Espanhol, velho, muito velho e carcomido, o Ratão do Banhado, que não deu certo em lugar algum e acabou dando na Granja e o Morcego Moicano, que posa de intelectual para fazer gênero.
Sentaram-se num lugarzinho reservado só para eles, os bichos-cricri, e passaram a apreciar o espetáculo que se iniciava. Lá pelas tantas a Raposa Felpuda, que havia feito um penteado novo e estava cheia de gel na peruca, lisa que só ela, começou:
- Isso aqui está muito bonito, de uma plasticidade absurda. Há muito tempo, desde o Campo da Liga, que eu não via um circo tão bem montado.
- Eu freqüentei muito o Campo da Liga. – emendou o Bode Espanhol. – A gente soltava pipa com cerol de vidro moído. Picava muito vidro, mas não usava tudo.
- E o que faziam com o resto do vidro picado? – Quis saber a Raposa.
- Ah, isso eu não posso dizer. – Baliu o Bode.
O Sapo Duende começou:
- Pô, fizeram um puxadinho sem-vergonha aqui, hein. Ih, e tá chegando muita gente. Não vai caber todo mundo aqui dentro não.
- Mas, ô Sapo, - expressou-se o Morcego. – A capacidade do circo é essa mesma. Quando o espetáculo é bom vem muita gente mesmo.
- Pra mim, não. Pra mim venderam mais ingresso do que deveriam. - O Sapo irritou-se.
- Tás chamando a direção do circo de desonesta? – quis saber o Morcego.
- Não, é que não posso perder o costume. – cuspiu-se o Sapo.
- E qual é?
- De falar mal deles, é claro.
- Lá na Espanha eu via muito o Cirque du Soleil. – assanhou-se o Bode.
- Xi, lá vem ele com esses nomes destroncados. – arrematou o Sapo Duende. E a dentadura caiu de novo.
- Rapazes, o Leão está se apresentando muito bem, hein? – Comentou a Raposa.
- É, mas chegou aqui a informação de que o Domador do Leão não queria trabalhar hoje, não. Ele tinha num batizado lá em Madrid e ia deixar o Circo e o Leão na mão. – Apressou-se o Ratão do Banhado.
- A informação correta é que ele deve deixar o Circo logo após o espetáculo. – Quis corrigir o Morcego.
- Mas, convenhamos, sair agora, neste momento em que o Leão está tão bem? – Continuou o Ratão. – Isso é mais uma prova que há um desgaste entre eles. Dizem que o Leão queria até morder a mão do Domador.
- Mas isso é verdade? Vamo combiná que isso precisa ser mais bem esclarecido. – Pipocou a Raposa, que estava alisando o gel do cabelo novamente.
- Pô, mas a direção lá da granja não mandou a gente arrumar cosias para falar mal deles. Vocês não me deixem nessa sinuca, né.
- Por falar nisso, e os nossos amigos da Granja vizinha? – Perguntou a Raposa. – Alguma notícia, se eles vão sair da pindaíba.
- Não sei, não, mas acho que não vai dar. – Disse o Bode Espanhol.
- Ué, e porque? – Perguntou o Sapo, arrumando a dentadura.
- É que fecharam todas as janelas. – Arrematou o Bode. – E o rei das janelas, a granja tricolor, tá conseguindo resolver sua situação. Portanto, acabou-se a esperança.
- Mas eles vão sair dessa. – Resignou-se a Raposa, quase aos prantos. – Eu acredito! Acredito em Papai Noel, Mula-Sem-Cabeça, disco voador e que o Michael Jackson não morreu.
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Os bichos-cricri da famosa granja Comigo Boi Não Dança, mais conhecida pelas iniciais CBN-D, se reuniram para assistir a uma apresentação do Leão e seu Domador no fabuloso Circo do Deba. Estavam lá a Raposa Felpuda, maledicente e ardilosa, o Sapo Duende, encrenqueiro e eterno inconformado, o Bode Espanhol, velho, muito velho e carcomido, o Ratão do Banhado, que não deu certo em lugar algum e acabou dando na Granja e o Morcego Moicano, que posa de intelectual para fazer gênero.
Sentaram-se num lugarzinho reservado só para eles, os bichos-cricri, e passaram a apreciar o espetáculo que se iniciava. Lá pelas tantas a Raposa Felpuda, que havia feito um penteado novo e estava cheia de gel na peruca, lisa que só ela, começou:
- Isso aqui está muito bonito, de uma plasticidade absurda. Há muito tempo, desde o Campo da Liga, que eu não via um circo tão bem montado.
- Eu freqüentei muito o Campo da Liga. – emendou o Bode Espanhol. – A gente soltava pipa com cerol de vidro moído. Picava muito vidro, mas não usava tudo.
- E o que faziam com o resto do vidro picado? – Quis saber a Raposa.
- Ah, isso eu não posso dizer. – Baliu o Bode.
O Sapo Duende começou:
- Pô, fizeram um puxadinho sem-vergonha aqui, hein. Ih, e tá chegando muita gente. Não vai caber todo mundo aqui dentro não.
- Mas, ô Sapo, - expressou-se o Morcego. – A capacidade do circo é essa mesma. Quando o espetáculo é bom vem muita gente mesmo.
- Pra mim, não. Pra mim venderam mais ingresso do que deveriam. - O Sapo irritou-se.
- Tás chamando a direção do circo de desonesta? – quis saber o Morcego.
- Não, é que não posso perder o costume. – cuspiu-se o Sapo.
- E qual é?
- De falar mal deles, é claro.
- Lá na Espanha eu via muito o Cirque du Soleil. – assanhou-se o Bode.
- Xi, lá vem ele com esses nomes destroncados. – arrematou o Sapo Duende. E a dentadura caiu de novo.
- Rapazes, o Leão está se apresentando muito bem, hein? – Comentou a Raposa.
- É, mas chegou aqui a informação de que o Domador do Leão não queria trabalhar hoje, não. Ele tinha num batizado lá em Madrid e ia deixar o Circo e o Leão na mão. – Apressou-se o Ratão do Banhado.
- A informação correta é que ele deve deixar o Circo logo após o espetáculo. – Quis corrigir o Morcego.
- Mas, convenhamos, sair agora, neste momento em que o Leão está tão bem? – Continuou o Ratão. – Isso é mais uma prova que há um desgaste entre eles. Dizem que o Leão queria até morder a mão do Domador.
- Mas isso é verdade? Vamo combiná que isso precisa ser mais bem esclarecido. – Pipocou a Raposa, que estava alisando o gel do cabelo novamente.
- Pô, mas a direção lá da granja não mandou a gente arrumar cosias para falar mal deles. Vocês não me deixem nessa sinuca, né.
- Por falar nisso, e os nossos amigos da Granja vizinha? – Perguntou a Raposa. – Alguma notícia, se eles vão sair da pindaíba.
- Não sei, não, mas acho que não vai dar. – Disse o Bode Espanhol.
- Ué, e porque? – Perguntou o Sapo, arrumando a dentadura.
- É que fecharam todas as janelas. – Arrematou o Bode. – E o rei das janelas, a granja tricolor, tá conseguindo resolver sua situação. Portanto, acabou-se a esperança.
- Mas eles vão sair dessa. – Resignou-se a Raposa, quase aos prantos. – Eu acredito! Acredito em Papai Noel, Mula-Sem-Cabeça, disco voador e que o Michael Jackson não morreu.
4 comentários:
Muito bom, Alexandre. Essa "jabá-press" é um prato cheio, não? Abraço.
Simplesmente excelente!!!!!!!!!!
Tu és terríiiiiiivel Alexandre
muito boa mais uma vez.
Mas não esqueça. DIA 29 VEM AÍ.
www.dia29vemai.com.br
qualquer semelhança com uma radio local, é mera coincidencia !!!
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