Por: Jair "Jajá" Alcides dos Santos*
Olá torcedor Avaiano.
Na última semana, postei aqui que nosso Departamento Médico estava lotado e mencionei os problemas que essa situação estava trazendo a nossa equipe. Agora, nosso Departamento Médico parece estar esvaziando, apesar do ingresso de nosso zagueiro Gabriel. Entretanto surge novo problema, o tempo necessário para que os jogadores consigam recuperar o tal “ritmo de jogo”. Um bom exemplo desse fenômeno é o meia Caio, que diante de Palmeiras e Flamengo não conseguiu apresentar o futebol de antes da contusão. Outros, todavia, conseguem recuperação mais rápida, como é o caso do atacante Roberto. Ainda que tenha mais esse desafio, acredito que a recuperação dos atletas é fundamental para que nosso treinador tenha a sua disposição o que de melhor a Direção contratou para a temporada. Vamos acreditar, ainda temos tempo!
Tivemos no meio de semana o AVAÍ na segunda fase da Copa Sul-Americana. A equipe que participou da partida foi praticamente a mesma que enfrentou o time rubro-negro. Não sei se a decisão foi acertada, tendo em vista a situação em que se encontra o Leão no Campeonato Brasileiro. Sempre existe o cansaço muscular, risco de lesões e convenhamos, os jogadores não estão apresentando um bom condicionamento físico. Prova disso foram as constantes cãibras sentidas pelo lateral Eltinho, na fase complementar da partida. E o momento da equipe é tão ruim que nem mesmo um jogador a mais e a ajudinha da arbitragem (gol impedido e expulsão de Davi que não aconteceu) conseguiram evitar a derrota azurra.
Para completar, nossos adversários diretos na briga contra o descenso venceram suas partidas na Sul-Americana e no Brasileiro. Para o Atlético Mineiro, a vitória já serviu de estímulo para o jogo diante do Leão. O resultado foi mais uma vitória do time mineiro. Apesar de o Atlético não fazer uma boa apresentação foi o suficiente para vencer a equipe fraca e desorganizada do AVAÍ. Com as vitórias de Atlético Goianiense e Vitória, não só fomos parar na zona de rebaixamento, como ficamos a dois pontos do décimo sexto colocado.
O que mais causa desânimo é a falta de qualidade técnica da equipe, que não demonstra poder de reação. Nossa realidade é muito triste, pois depender de um meio campo formado por Batista, Bruno, Válber e Rodrigo Thiesen, com certeza dificilmente vamos conseguir ganhar de qualquer equipe. Se os titulares não voltarem e a equipe não se empenhar, a situação pode ser irreversível. Vamos torcer que na Copa Sul-America tenhamos melhor sorte.
A situação do nosso Leão da Ilha não é boa, isso é fato, mas não podemos crucificar o Presidente do Clube. Somos seres humanos, imperfeitos e muitas vezes tentando acertar acabamos errando. O Senhor Zunino, é antes de tudo um líder, e sabendo das conseqüências de suas decisões estuda as possibilidades cabíveis, a fim de manter nosso time na elite do futebol brasileiro, como também não poupou esforços para levar o Clube à Série A. Avaiano como todos nós, tenho certeza, que ele não gostaria de presenciar a queda do Leão. Sabemos também dos erros e acertos nesse ano, que tiveram com certeza, a participação de nosso presidente, mas ele não é o único responsável.
De qualquer sorte, isso não justifica as barbaridades que algumas pessoas falam ou escrevem sobre o melhor presidente da história do AVAÍ. Fico sinceramente muito triste e desapontado. Isso me lembra um texto que li sobre uma passagem do nosso ex- presidente Jânio Quadros, quando foi convidado, alguns anos após sua renúncia, a dar uma palestra na Universidade Mackenzie, em São Paulo.
Segundo o texto, assim que o ex-presidente entrou, percebeu que não seria um momento fácil, pois foi saudado com uma vaia estrondosa pelos estudantes. Durante aproximadamente uma hora Jânio realizou seu discurso, sem levar em consideração as piadinhas, assobios e outros atos de total desrespeito. Entretanto quando terminou sua apresentação, o Reitor abriu para as perguntas. Um rapaz de cabelos compridos e chinelos, sem nenhuma cerimônia, perguntou:
– Você renunciou por quê?
Jânio, de maneira inteligente ajeitou seus óculos, olhou bem para o garoto e respondeu, provocando gargalhadas:
– O senhor já deve ter ouvido falar em Benjamin Franklin. Ele dizia que a intimidade gera dois tipos de problemas: filhos e aborrecimentos. Como não quero ter nenhum dos dois com o senhor, dobre a sua língua ao se dirigir a um ex-presidente!
Amigos leitores, temos que cobrar, pedir explicações, mas sempre com todo o respeito que esse ser humano merece. Vamos respeitar nosso presidente!
O moral do time está muito baixo, os jogadores já entram em campo desacreditados e jogam como se já estivessem rebaixados, e isso ainda não é verdade. Esse é o momento de resgatar a raça e a coragem avaianas, de brigar até o último segundo de jogo, de buscar as bolas irrecuperáveis, de reverter os resultados não mais esperados, de fazer o que ninguém mais espera. Enfim, de honrar a camisa, o amor e a confiança que milhares de homens, mulheres e crianças depositaram e ainda depositam a cada ida ao estádio com a esperança de melhora.
Se o Clube é conhecido pelo jargão “esse AVAÍ faz coisa” chegou a hora de fazer história, de lutar com dignidade, garra, paixão ao futebol e lealdade a bandeira azul e branca. Deixar de se subestimar diante dos oponentes para entrar em campo de corpo e alma, e fazer a “coisa acontecer”. E se depois de tudo isso feito o rebaixamento for inevitável, desceremos então, com a cabeça erguida, com a certeza de que entre os acertos e erros tudo o que estava ao alcance foi feito. E de que aqueles homens, que representaram em campo a legião de avaianos, jogaram com a vontade e a determinação tradicionais de equipes avaianas.
Chuleteiros e demais leitores, por hoje é só, na próxima semana voltamos com novas informações sobre nosso Leão.
*Jair Alcides dos Santos, vulgo Jajá, é torcedor e sócio do Avaí Futebol Clube. Membro da Associação de Amigos da Chuleta Avaiana, onde ocupa também a função de tesoureiro, Jajá é largo como Oswald de Souza: acerta tudo que é palpite e leva tudo que é prêmio de rifa e promoção onde deixa seu nome.
Obs: O artigo não reflete, necessariamente, a opinião do Blog da Chuleta Avaiana
